TEC

Teatro Experimental de Cascais

CRISTO RECRUCIFICADO

de Nikos Kazantzakis

TEC Teatro Experimental de Cascais
156ª produção | 2018

CRISTO RECRUCIFICADO
de Nikos Kazantzakis
adaptação e dramaturgia Graça P. Corrêa
encenação Carlos Avilez
cenografia | figurinos | adereços Fernando Alvarez
coreografia Natasha Tchitcherova
desenho de luta David Chan
voz e canto Ana Ester Neves
contexto histórico | apoio à dramaturgia Ana Coelho, Miguel Graça
direcção de montagem Manuel Amorim
contra-regra | montagem Rui Casares
desenho som surround | operação som Hugo Neves Reis
assistência de ensaios | operação luz Jorge Saraiva
assistência de encenação Rodrigo Aleixo
mestra de costura Rosário Balbi
costura Estela Costa, Luísa Nogueira
fotografias de ensaios e cena Ricardo Rodrigues
registo vídeo MiguelÂngelo Audiovisuais
secretariado | comunicação Maria Marques
contabilidade Ana Landeiroto
bilheteiro Rodrigo Aleixo
apoio ao espectáculo Inês Pantaleão, Rúben Costa
manutenção de guarda-roupa Clarisse Ribeiro
imagem do cartaz José Rodrigues
co-produção Escola Profissional de Teatro de Cascais

com David Balbi, Henrique Carvalho, João Craveiro, João Pecegueiro, João Santos, José Condessa, José Matos de Oliveira, Luiz Rizo, Pedro Russo, Renato Pino, Ricardo Castro, Ruy de Carvalho, Sérgio Silva, Teresa Côrte-Real, Tobias Monteiro

com os finalistas da Escola Profissional de Teatro de Cascais Alicia Murraças, Ana Marta Martins, Bárbara Branco, Beatriz Castel-Branco, Beatriz Dobbins, Bernardo Mayer, Caio Almeida, Cátia Pimpista Mendes, Daniela Santos, Dany Marques, Duarte Arriaga, Ema Pais, Eva Dória, Filipa Marques, Filipa Santos, Francisca Homem, Francisca Santos Joaquim, Gabriela Camarneiro, Inês Lopes, Jéssica Fernandes, Joana Bernardo, Joana Soares, Joaquim Lopes, Júlio Magro, Karina Ramos Fortes, Larisa Balazs, Leonor Gaudêncio Grilo, Luís Coimbra, Maria Andrade, Maria Romana, Maria Roque, Mariana Lameirão, Mariana Recto, Marisol Oliveira, Martina Costa, Patrícia Fonseca, Rita Mata, Rita Ramalho, Solange Neto, Vanessa Abrantes, Vasco Rafael

e os alunos do 1ª e 2º ano André Miguel, Baltasar Marçal, Beatriz Alencar, Beatriz Beja, Beatriz Gonçalves, Bruno Cruz, Carolina Ferraz, Catarina Chora, Catarina Silva, Constança Antunes , Diogo Nunes, Diogo Viegas, Francisca Portela-Santos, Francisco Monteiro Lopes, Inês Chaveiro, Inês Saramago, Inês Silva, Joana Goldschmidt, Jaime Pinto Gamboa, Joana d'Oliveira, João Fialho, João Klymenko, Leandro Paulin, Marco Sá Pedroso, Margarida Rainho, Maria Almeida, Mariana Fonseca, Mariana Lopes, Matilde Santos, Rafael Carvalho, Sara Pacheco, Sara Rosa, Sofia Ramos, Teresa Jerónimo, Tomás Canteiro


distribuição

Agá João Craveiro
Youssufaki Dany Marques, Pedro Russo
Hussein Muchtar David Balbi
Ibraim João Fialho
Marta Cátia Pimpista Mendes, Ema Pais, Francisca Homem, Leonor Gaudêncio Grilo, Patrícia Fonseca
Kostantis Caio Almeida
Alexa Filipa Marques, Maria Roque, Martina Costa, Patrícia Fonseca, Solange Neto
Dimitri Francisco Monteiro Lopes, Vasco Rafael
Professor Ruy de Carvalho
Padre Grigori Sérgio Silva
Mariori Filipa Santos, Francisca Santos Joaquim, Inês Lopes, Mariana Recto, Joana Bernardo, Rita Ramalho
Panayotis Henrique Carvalho, Júlio Magro
Yannakos Duarte Arriaga, José Matos de Oliveira
Michelis  Dany Marques, Pedro Russo, Vasco Rafael
Manólios Bernardo Mayer, João Pecegueiro, José Condessa
Katerina Bárbara Branco, Larisa Balazs, Maria Andrade, Maria Romana, Mariana Lameirão
Maria Madalena Bárbara Branco, Maria Andrade, Solange Neto
Mãe Refugiada Bárbara Branco, Duarte Arriaga, Leonor Gaudêncio Grilo
Nikólio Joaquim Lopes
Lénio Ana Marta Martins, Beatriz Castel-Branco, Daniela Santos, Gabriela Camarneiro, Joana Soares, Maria Roque
Patriárquias Luiz Rizo
Capitão-Tempestade Ricardo Castro
Madalénio Teresa Côrte-Real
Ladas Renato Pino
Penélope Ema Pais, Cátia Pimpista Mendes, Larisa Balazs
Mulher 1 Likovrissi Daniela Santos, Mariana Recto
Mulher 2 Likovrissi Joana Bernardo, Martina Costa
Mulher 3 Likovrissi Alícia Murraças, Beatriz Dobbins, Eva Dória, Jéssica Fernandes, Karina Ramos Fortes, Vanessa Abrantes
Mulher 4 Likovrissi Eva Dória, Filipa Santos, Marisol Oliveira
Perséfone Alícia Murraças, Eva Dória, Beatriz Dobbins, Jéssica Fernandes, Karina Ramos Fortes, Vanessa Abrantes
Antonis João Santos
Dimos Leandro Paulin
Padre Photis Tobias Monteiro
Lukas Luís Coimbra
Mulher 5 Refugiada Maria Romana, Rita Mata, Rita Ramalho
Mulher 6 Refugiada  Leonor Gaudêncio Grilo, Mariana Lameirão
Mulher 7 Refugiada  Francisca Homem, Francisca Santos Joaquim
Despínio Gabriela Camarneiro, Inês Lopes


Considerado um dos escritores gregos mais importantes do século XX, Nikos Kazantzakis nasceu em 1883 na ilha de Creta (ainda sob o domínio turco), e faleceu de leucemia na Alemanha em Outubro de 1957; finalizou o curso de Direito na Universidade de Atenas e estudou Filosofia na Universidade de Sorbonne, em Paris. Tendo vivido uma boa parte de sua vida fora da Grécia, Kazantzakis escreveu ensaios filosóficos, poemas, peças de teatro, livros de viagem e vários romances, entre os quais se destacam: Vida e proezas de Aléxis Zorbás (1946), que deu origem ao famoso filme Zorba, o Grego (1964); A Última Tentação de Cristo (1955), adaptado ao cinema por Martin Scorsese (1988); e Cristo Recrucificado (1954). A acção de Cristo Recrucificado decorre em 1922-23 na região da Anatólia, na aldeia Grega de Licovrissi (local inventado pelo autor), a qual está sob o domínio Turco desde o armistício da Primeira Grande Guerra. Nesta comunidade cristã ortodoxa, a cada sete anos, cabe ao Conselho dos Notáveis designar os habitantes que irão encarnar as figuras bíblicas da Paixão de Cristo durante a Semana Santa. Por coincidência ou predestinação, assim que os encarregam de representar estes papéis, o pastor Manólios (Cristo), o taberneiro Kostantis (Tiago), o almocreve Yannakos (Pedro) e o jovem proprietário Michelis (João) são confrontados com uma multidão de refugiados Gregos, esfomeados e doentes, que tendo sido expulsos da sua aldeia pelos Turcos, caminham há mais de três meses em busca de hospitalidade e auxílio humanitário. Com a chegada dos refugiados, a aldeia irá dividir-se em dois campos opostos de acção ética: a de uma "moral fechada" ou "religião estática", convencional; e a de uma "ética aberta", ou experiência mística "dinâmica", revolucionária. Em França, o romance de Kazantzakis foi imediatamente adaptado ao cinema com o título Celui qui doit mourrir (Aquele que deve morrer), realizado por Jules Dassin em 1957; e pouco depois ao teatro, numa versão da autoria de François Daviel publicada no Avant-Scène em 1962. Carlos Avilez foi convidado por Amélia Rey-Colaço a encenar essa adaptação no Teatro Nacional em 1968, mas a realização da peça não foi autorizada pela censura. Cinquenta anos depois, no contexto das vagas de migração globais, em que a cada minuto vinte-e-quatro seres humanos estão a ser violentamente desalojados (por razões políticas, religiosas, económicas e ambientais), a obra de Kazantzakis adquire uma actualidade premente. Na nova adaptação do romance ao teatro que agora apresentamos, optei não só por retomar episódios cruciais previamente omitidos na versão francesa, mas sobretudo por destacar e dar visibilidade a personagens femininas cujas acções na esfera doméstica e social (ou manifesta falta delas) tinham sido abreviadas ou até mesmo esquecidas. Neste sentido, é importante verificar como Kazantzakis denuncia o medo que atravessa e envenena as relações humanas na esfera doméstica, enquanto motor secreto do autoritarismo característico das sociedades patriarcais. Com efeito, embora nos fale de experiências etnográficas específicas a um determinado contexto social, Cristo Recrucificado adopta uma postura universalista para abordar a questão dos migrantes e refugiados, em que a migração forçada de seres humanos é retratada como o resultado de interesses socioeconómicos e políticos à escala global. Deste modo, o texto oferece uma reflexão ética extremamente actual sobre a corrupção e a manipulação social exercida por líderes políticos populistas e religiosos fanáticos, assim como uma reflexão sobre os conceitos filosóficos e práticas existenciais de identidade, alteridade e empatia.Influenciado pela filosofia vitalista de Henri Bergson, cujas palestras frequentou em Paris, nesta sua obra Kazantzakis sugere que matéria e espírito são indistintos; e que o conhecimento tanto pode ser possibilitado pela inteligência como através da intuição. Uma intuição que pressupõe uma afinidade com a totalidade de tudo o que vive e portanto dá lugar à experiência mística, cujo critério distintivo não é nem contemplação nem êxtase, mas sim acção atravessada pelo élan vital original, pelo élan do amor.

Graça P. Corrêa

M/12 anos

agradecimentos Eugénio Roque | Associação Humanitária dos Bombeiros dos Estoril | Leroy Merlin | Loja do Cavalo | Fundação José Rodrigues | Pastelaria Guerreiro 

29 JUN. a 29 JUL. 2018
Ter. a Sáb. às 21h30 | Dom. às 16h00

Teatro Municipal Mirita Casimiro
Av. Fausto de Figueiredo MONTE ESTORIL


Fotografias
© Ricardo Rodrigues


Materiais de Divulgação